Emma Bovary, protagonista da história é uma mulher que foi nascida e criada no campo, porém, sob influência de suas leituras cresceu romântica e com sonhos burgueses.
Para fugir da casa dos pais casa-se com o médico Charles Bovary, rapaz considerado estúpido por seus colegas já na época da escola.
Para fugir da casa dos pais casa-se com o médico Charles Bovary, rapaz considerado estúpido por seus colegas já na época da escola.
Após participar de um baile na casa de um aristocrata ela começa a traçar em sua mente a possibilidade de realizar seus sonhos românticos, os quais, para ela, eram impossíveis de realização em seu casamento enfadonho.
Como seu marido não consegue agradá-la, Emma, cheia de frustrações, cai em aventuras com vários amantes, sendo que com um deles, Léon, o jovem advogado, ela se perde por completo, adquirindo dívidas e mais dívidas levando-a ao desespero e à morte.
Por sua vez, seu esposo, a quem Emma despreza, de nada desconfia.
A história tem um fim trágico, mas bem realista.
A história tem um fim trágico, mas bem realista.
Pergunta que me fiz ao ler o romance: Emma heroína ou vilã?
Responder a esta dúvida não é fácil. Levando em consideração a época em que o romance foi escrito, o comportamento burguês, a forma como eram vistas as mulheres e o papel que por estas deveria ser desempenhado, entendo que Emma é mais uma vítima de uma sociedade machista, burguesa e preconceituosa. Mas ao mesmo tempo Emma é estúpida se deixando levar por um comportamento egoísta.
Por sua vez existe o comportamento de Charles que tentava agradar a esposa em vão e que também não a compreendia.
Confesso que em muitos momentos senti raiva de Charles que mereceu sim ser traído. Não o enxergo como um homem de pulso firme, e sim um desatento aos sentimentos da esposa.
Emma morre graças às suas paixões estúpidas, que para mim não passaram de uma forma de fugir da sua realidade. Paixões que não a levaram a nada, não a fizeram feliz e a levaram à desgraça.
Estúpido também Charles, seu esposo, que no fundo nunca se interessou pelos sentimentos de Emma.
Conclusão que cheguei: Aqui não existe mocinha nem bandido, considero ambos culpados.
Conclusão que cheguei: Aqui não existe mocinha nem bandido, considero ambos culpados.
Otto Maria Carpeaux - crítico literário - ao tecer comentários sobre o romance, fala com ênfase: " o verdadeiro personagem desse romance é a estupidez humana".
Concordo com ele.
Entendendo melhor o escritor, o romance e a época em que foi publicado - 1857:
A história se passa em um ambiente provinciano, no séc XIX, característica que deve ser levada em consideração para entender melhor a trama, já que o autor faz, através de seus personagens severas críticas à sociedade burguesa da época, começando inclusive pela protagonista que despreza a própria classe social.
Gustave Flaubert pertenceu ao período do romance realista, assim como Stendhal (1783-1842), Émile Zola (1840-1902), Fiódor Dostoievski (1821-1881), Leon Tolstoi (1828-1910), entre outros.
Porque realismo:
Predominava neste período - pós revolução, guerras napoleônicas, sífilis, etc - a aversão ao ser humano , à convivência social, reação contra o romance romântico, seus sentimentos belos e vazios. Para eles a humanidade é falha e falar a verdade incomoda.
Alguns críticos da época, apesar de aceitar alguns romances que tratavam do tema adultério, sentiam repulsa por Madame Bovary. "Não há bondade nesta obra" - afirmava Saint-Beuve, "Essa obra petrifica os sentimentos" - Matthew Arnold.
Este romance foi até objeto de julgamento por atentado ao pudor. Nos tribunais Flaubert ficou famoso pela frase :"Emma Bovary c´est moi".
Flaubert foi absolvido pelos Tribunais mas não pela crítica.
Flaubert foi absolvido pelos Tribunais mas não pela crítica.
Recomendo e ... cheguem às suas conclusões.
Um abraço e boa leitura.
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